Em 1963, em apenas 40 horas, Paulo Freire conseguiu alfabetizar 300 camponeses em Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte. Àquela época, acompanhado de universitários e professores voluntários que, para angariar alunos no município, batiam de porta em porta perguntando se os moradores sabiam ler e escrever e anunciavam em alto-falantes que ensinariam a quem quisesse aprender, o educador provou que a alfabetização em massa é possível e que adultos podem aprender rápido e de maneira efetiva.
Em 2023, 60 anos depois, em Caruaru, agreste de Pernambuco, as pedagogas Amanda Medeiros de Andrade Carvalho, Íris Jacira de Lima Andrade e Rosângela Beserra Silva, inspiradas no Método Paulo Freire de Alfabetização, trabalham com 16 alunos, entre 69 e 87 anos, que fazem parte da turma “60+”, integrada à Educação para Jovens e Adultos (EJA). É a primeira turma do programa formada apenas por alunos com mais de 60 anos na modalidade de ensino.